domingo, 22 de janeiro de 2012

1 mês

Em uma palavra? APAIXONADA. Sim, eu sou uma mulher apaixonada pelos meus filhos, pelo meu marido que se tornou o pai que eu sempre quis para meus filhos, apaixonada pela família e pela vida. Tudo em mim é amor. Esse mês eu me apaixonei repetidamente pelos meus filhos. Não cansei de olha-los e toda vez que fazia isso, me apaixonava novamente. Algo me diz que isso nunca irá ter fim (he-he).

Muita gente me falou que eu iria surtar nesse primeiro mês, que ele demoraria uma eternidade para passar...bom, não foi bem assim e eu achei que ele simplesmente voou. Claaaaro que dormi e ainda durmo super pouco coisa de 4hs/dia (ao longo do dia), tem dias que eu acordo e durmo e não consigo parar para escovar os dentes, eu levo 5-6 dias para lavar o cabelo e não é sempre que eu consigo pentea-lo, ir ao banheiro só quando não dá mais para segurar e por aí vai... Mas, por mais cansativo que seja amo ninar meus pequenos e faço questão de fazê-lo, curto muito dar banho, trocar fralda, observar eles dormindo, amo (embora seja a parte mais cansativa) amamentar... e isso consome meu tempo de modo que eu nem vejo o tempo passar. 
A amamentação merece um post só para ela, mas posso dizer que mesmo precisando complementar com leite artificial eu tô feliz com os resultados e em paz. Tem muita pressão e uma militância quase que xiita sobre o aleitamento exclusivo, livre demanda e tal.

Esse primeiro mês também foi um mês de descobertas e muito, muito aprendizado. Me descobri mãe e por mais que esse tenha sido o grande objetivo da minha vida, que eu tenha desejado e esperado por esse momento percebi que não estava nem de longe pronta para essa "função" e aprendi que só se sabe ser mãe, sendo. Aprendi também a ouvir as críticas e não absorve-las ou pelo menos filtrar bem filtrado, mas antes precisei chorar muito no banho, escondida e me sentindo a pior mãe do mundo até descobrir que ninguém nesse planeta pode ser melhor mãe para os meus filhos do que eu e como isso foi importante para minha sanidade mental e para o meu crescimento como pessoa e como mãe. As pessoas costumam lançar criticas e julgamentos sobre você e não ficam para ver o estrago depois.
O importante é que eu aprendi a não ligar, não dar ouvidos para isso e seguir meu instinto e pedir a Deus orientação. Tá funcionando. Acertando daqui, errando dali eu tô dando o melhor de mim para o bem estar dos meus filhos.

Mas, antes que os pequenos acordem, vamos a evolução dos pequeninos =D

  • Segundo nasceu com 3.190kg, saiu do hospital com 2980kg e 1 mês depois está pesando 3820kg, mediu 47,5 cm ao nascer e agora já tem 53,5 cm. 
  • Clara nasceu menorzinha, pesando 2300kg, saiu do hospital com 2170kg e agora está com 3135kg. Mediu 43cm ao nascer e agora mede 48,3cm.
  • Já fixam o olhar e abrem bem mais os olhos que estão dia a dia tomando um tom mais azulado.
  • Chupam as mãozinhas, mas Tia Lu (a pediatra) já me avisou que nem sempre significa fome. A sucção é o único movimento voluntário que o bebê faz nessa fase e então quando eles querem relaxar e espairecer as ideias...mão na boca e suc-suc-suc
  • Segundo aceitou muito bem a chupeta e está muito mais esperto em matéria de sucção. Ainda se atrapalha um pouco na hora da pega no peito, mas quando pega pega com vontade. Clara não curte tanto assim a chupeta e continua tranquila com relação a pega, mesmo tendo uma mini boca. #nóin
  • Este mês Clara ficou pouco mais de 24hs sem defecar e eu quase morri. Depois fez um mega cocôzão e eu quase chorei de felicidade (não chorei, mas fiz a maior festa aqui em casa...parecia que eu tinha ganhado a Mega Sena da virada =P). Trocamos o leite artificial o que melhorou bastante, mas eu sempre faço massagem e exercício com as perninhas para ajudar na eliminação de gases e fezes.
  • Todos dois já sofrem com os 'meledetos' gases, e mesmo a contra gosto faço uso da Simeticona (ou Luftal) para aliviar. Faço qualquer negócio para não ver meus pequenos chorando. 

Acho que é isso.

Aaah, quanto a nós (mamãe e papai) estamos nos saindo bem...aprimorando nossa parceria e curtindo muito ter esses pequenos em nossas vidas.

Cansados, com sono e felizes...


=*

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"Vieste num dia marcado, sagrado para mim"

Eu sempre lia relatos de parto, mesmo antes de se quer engravidar. No final da gestação eu lia e me emocionava com os relatos só imaginando como seria o meu dia e como eu colocaria em palavras esse momento tão esperado.

E num piscar de olhos, esse dia chegou e foi tudo tão diferente do que imaginei. Foi muito mais, foi muito melhor, muito maior...

Há algum tempo eu já não dormia a noite inteira e a noite do dia 19 não foi diferente. Acordei por volta das 3hs da manhã e não dormi mais. Sentei na varanda e fiquei ouvindo o silencio da madrugada. Vi surgir no céu os primeiros raios de sol do dia 20 de dezembro - o grande dia da minha vida. Chorei de emoção. Orei a Deus e agradeci por tudo, por cada dia vivido até ali. Cantei e alisei a barriga. Me despedi de mim e da minha vida.

Arrumei as ultimas coisas que eu iria levar para maternidade e esperei Bruno acordar. Tomamos café e eu pensei..."esse é o nosso ultimo café da manhã como casal apenas". Aliás, tudo que eu fiz naquele dia eu fiz pela "ultima vez". 

Levamos Sophia ao pet shop para tomar banho e fazer a tosa. Ela iria receber os irmãos limpinha e sem pêlos.

E assim passou a manhã. 

Após o almoço fomos para o Hospital dar entrada no internamento e esperar. O internamento demorou horrores, fiquei quase 2 horas esperando me liberarem para subir para o quarto e quando finalmente subi já estava quase na hora do parto.
Vesti a tal da camisola que deixa a bundinha de fora e fiquei esperando virem me buscar para o centro obstétrico. Logo depois chegou um rapaz de azul com uma cadeira de rodas: Tinha chegado a hora.
Eu tremia por dentro, meu coração batia além da sua capacidade e eu estava prestes a explodir com os muitos sentimentos que fervilhavam dentro de mim.
Cheguei ao gelado centro obstétrico (se antes eu tremia de emoção e nervosismo, agora eu tremia era de frio mesmo) e fui muito bem recebida por toda equipe que tentava me deixar ao máximo relaxada. Mas, nada conseguiria me fazer parar de tremer. A essa altura, eu tremia por dentro e por fora (visivelmente, diga-se de passagem).
Respondi o questionário de rotina e fiquei aguardando o meu obstetra chegar. Ele chegou e junto com ele Bruno.  Respirei um pouco mais aliviada, me senti um pouco mais segura.  O tremor até diminuiu mais. foi quando abriram a porta da sala de cirurgia e me convidaram a entrar. Levantei sabe lá Deus como, e subi na maca cirurgica.

Estava ali me cagando toda de medo da anestesia, medo de morrer, medo de ter alguma complicação no parto, medo dos pequenos não estarem prontos ainda... o medo tomou conta de mim naquele momento.

Acesso puncionado com gelco 20 (quase xinguei a enfa...ardeu feito pimenta), soro correndo e finalmente a anestesia, que para minha surpresa NÃO DOEU nem um pingo. Fiquei bestificada, como o negocio foi bem aplicado e olha que eu não suporto sentir dor. Mas de fato não doeu. Deus abençoe a mão santa da anestesista.

Assim que o anestésico terminou de ser aplicado, comecei a sentir um formigamento nas pernas, um calor na pele como se eu tivesse tomando sol da cintura para baixo e, de repente, tudo ficou pesado, mas eu conseguia MEXER os dedos dos pés. Preocupei e perguntei a enfa se era normal, porque já pensou se a anestesia não pega?

Em alguns minutos senti um cheirinho de carne queimada era o bisturi elétrico...estava começando.  começou uma aposta entre a equipe sobre quem ia nascer primeiro.  De acordo com o último ultrasson, Clarinha estava cefálica e por isso ela seria a "mais velha", acontece que Segundo estava grande demais e Clara estava tão espremida que ele, embora estivesse com apresentação pélvica, teve que nascer primeiro. E assim foi. Ouvi o choro do meu baby boy.
GENTE, que emoção...eu não estava pronta para viver aquele momento. Era mais do que eu imaginei. Um amor que  parece que vai de sufocar e a unica coisa que eu fiz foi dizer..."Dr. tá tudo bem com ele? Ele tá chorando?" Foi quando o neonatologista se aproximou e me mostrou ele. Vi o meu filho pela primeira vez e nunca esqueceria o rosto dele, mesmo que 100 anos se passassem. E, dois minutos depois desse tsunami de emoção outro recomeçou... agora era ela, minha princesa que chegava e 'senti tudo de novo outra vez' como se fosse a primeira vez. Ela era tão pequenina, mas gritava tão forte que me fez chorar de orgulho.
Como Deus tinha sindo bom comigo e com meus filhos. Não tinha palavras para agradecer, mas agradeci com todo o meu coração.

Segundo nasceu pesando 3,200g e APGAR 9 e 10. Clarinha nasceu pesando 2,300g e APGAR 8 e 9.

Eles foram para o berçário onde tooooda a familia aguardava para ve-los e eu fiquei ainda mais algum tempo no centro obstétrico e depois desci para o quarto. Duas horas depois eles chegaram e minha vida ficou enfim, completa.